Friday, February 14, 2020

Estamos todos juntos nessa




A coisa mais importante para o sucesso da sua empresa, do seu marketing e das suas vendas é você se doar para o seu cliente.

É uma relação como qualquer outra.

Quando estiver com ele, esteja presente.

Quando ele trouxer uma questão,  um problema, se esforce  para entender e ajudar.

Muita gente reclama de clientes,  reclama da relação entre agência e contratante.

Mas no fim das contas as empresas são feitas e PESSOAS.

E você está estabelecendo um relacionamento com os stakeholders.

Pare de olhar o outro como alguém que está do outro lado.

Estamos todos juntos nessa.

Friday, June 15, 2018

Vida real

engraçado como certas coisas que acontecem em nossas vidas desempenham um papel fundamental na construção de nossas histórias redefinindo rumos e quebrando qualquer projeção ou estimativa que se poderia ter com relação ao futuro que imaginamos ou almejamos para nós mesmos e pessoas próximas como se realmente não tivéssemos controle nenhum sobre nossas jornadas o que na verdade talvez seja uma das maiores mentiras que gostamos de contar e acreditar mas vai saber se isso é apenas uma interpretação passageira ou uma avaliação criteriosa de momentos que não podemos interromper e que se sequem em sequência um após o outro como uma avalanche de instantes que se constroem e se aglomeram de forma acelerada derrubando e levando junto o que estiver pelo caminho que seguimos sem saber muito bem para onde mas seguimos gostando um pouco e desgostando outro tanto sem perceber que na verdade essa é a verdadeira vida que não espera parada mas te atropela para dizer que chegou e lhe dá na cara gritando para você acordar porque ela jamais esperou por alguém e também não vai esperar por você então só vem.

I'm feeling lucky

No meio desse mar de gente. Nesse mundo caótico.

Encontramos

o

amor.

Sunday, August 03, 2014

Adeus ao impossível.

Não gosto da palavra "impossível". Por si só ela já é um estado não realizável de algo. E depende de julgamento que, aleatoriamente estão errados em certo grau percentual. Enquanto que para ser uma "verdade", uma "totalidade de certeza", seria necessário ter 100%. E isso nunca se terá. Portanto, desprezo o "impossível". Ele não se realiza, não tem consistência, não se caracteriza por algo verdadeiro, apenas pela própria ilusão existencial de que outras realidades não podem coexistir com ele.


Atenção

Atenção. No fim, das contas, da história, da vida, assim como em todo o resto, se busca apenas isso. Atenção. A certeza de que somos compreendidos. De que estamos sendo ouvidos, de que nossa voz ressoa, de que nossos pensamentos se transmitem... e chegam em algum lugar. E onde chegam, na verdade, pouco importa. Basta chegarem e ressoarem, refletirem, ecoarem, transparecerem.

A garantia de que se existe, de que não bastamos de um surto eloquente da criatividade de nossas próprias mentes, fanáticas por elas mesmas. A certeza de que não somos cercados por ilusões, de que tudo ao redor faz algum sentido, de que nossos sentidos nos trazem as informações verdadeiras para a construção da realidade que queremos. Simulação da realidade que também não vemos.

A atenção. O silêncio. A respiração. O suspiro. O ar que nos traz a segurança de que não somos uma invenção, mas uma realidade. Pode beliscar, é real, existe. Não se trata de uma loucura, de um devaneio. Atenção. O momento que retrata a realidade, que retrata a verdade que tentamos enxergar, mas não se vê. Atenção para pensar. Atenção para entender. Atenção para compreender o que precisamos perceber, porque não se sabe se é acerto. Se é um erro. Um delírio.

Só se sabe que se acha. Que se acredita. Que existe. Que é real.

Sunday, February 09, 2014

O existencialismo de Sartre, por Danilo Marcondes





A filosofia existencialista sartriana parte de uma concepção do homem como "o ser cuja existência precede a essência", isto é, o homem não tem uma essência predeterminada, mas ele se faz em sua existência. Contudo, o homem é também marcado pela consciência da morte e da finitude, o "único animal que sabe que vai morrer", e por isso, ao buscar essa identidade absoluta, está condenado ao fracasso. Portanto, a existência humana é, em última instância, absurda, sem sentido.

(...) Resta ao homem, assim, apenas a liberdade, e é esta a fonte principal de sua angústia. "Somos condenados a ser livres", diz Sartre. Os homens alienados recusam essa liberdade porque a temem, temem confrontar o vazio de sua própria existência porque não assumem os riscos e desafios que ela envolve. Porém, o homem autêntico realizará o seu próprio projeto, dando assim sentido a sua existência.


*Trecho extraído do livro Textos Básicos de Filosofia (Zahar, 2007, 7ª impressão)

Thursday, January 02, 2014

O Sentido da Vida (nova versão)



Toda a beleza do mundo num só ser
Exagerado, não creio estar
Basta ver.
Olhe para o verde dos seus olhos
E compreenderá
Que não falo besteiras
Para o tempo passar

Quando ela sofre
Sofro eu também
Ouvindo, de braços abertos, o céu dizer amém
Com meus olhos honestos
Em meio a esse vai e vem

Um sorriso, um aceno
E mais uma vez ela me aprisiona,
Enquanto eu mesmo me condeno,
Nesse sufoco ao qual a vida me impulsiona.
Um sentimento nada ameno
Misto de prazer com desespero
Na encruzilhada deste enigma,
Em frente ao sol e à lua cheia,
Aos quais, de joelhos, faço um apelo.

De certo não é ela
A única donzela
Mas com segurança afirmo e bato o pé
Exaltando com esta goela
Que nem mesmo ventos e trovões
Me afastariam das emoções
Que sinto ao vê-la chegar
De passo em passo, de ar em ar,
Essa moça magnífica que um dia
Em minha vida resolveu entrar.

A ti, bela moça, jogo meu olhar
É com você mesma, não se engane
Pode encarar.
Ando neste deserto,
Não obstante o frio ou o calor,
Buscando uma chance para em seus braços estar
Dispondo a você meus músculos,
Meu calor e todo o meu ar.


Neste sonho quero estar
Amarrado a ti como nenhum outro há
Me derretendo ao odor do teu perfume
Nas noites de vazio e de tristeza
Em que vejo o sentido da vida
Todo presente na leveza
Que encontro neste mundo
Quando miro o teu olhar.

Infinito este poema poderia ser
Não tendo um fim por agora
Ou quando o amanhecer
Mas no momento não busco a glória
Apenas quero ver
Se estas meigas palavras te comovem
E enchem a sua alegria de viver.

Tendo dito a que vim
Então me refaço
Esperando por ora
Um outro compasso
Em que me beija, me abraça
Me adora e eu renasço.

Sunday, April 07, 2013

Organizando Ideias

acho que a melhor maneira de escrever é colocando a mão na massa. simplesmente pegando uma página em branco e jogando as ideias no "papel" - recomendo o digital, por deixar as ideias fluírem melhor, por experiência própria. aliás, nada disso aqui existiria se não fosse por um impulso de me expressar, lá nos idos de 2004, quando criei este blog apenas para comentar em outro - o que, na época, era exigido pela ferramenta.

aprendi a escrever sozinho. não sei dizer se o que escrevo é bom ou ruim, mas ao menos funciona para mim. é uma maneira de organizar os pensamentos, unir as pontas de diversas frentes que se abrem a cada dia enquanto observamos acontecimentos no mundo ao redor, mas não conseguimos estruturar pela velocidade que o cotidiano tomou nos últimos tempos.

e isso me lembra da época em que as pessoas ainda tinham tempo para pensar, para refletir, para entenderem a si mesmas. até décadas atrás era mais comum uma pessoa carregar consigo um diário, onde eram registrados os eventos do dia e as opiniões - e "notas mentais" - sobre os mesmos. mas hoje isso já parece um passado muito distante, quando estamos mais preocupados em saber o que está acontecendo com a vida dos outros do que em entender o que acontece com a nossa própria vida.

me recuso a compactuar com isso. minha própria vida é, ao menos para mim, muito mais urgente que os big brothers ou as fotos e as reclamações de 500 pessoas em uma rede social. um brinde ao tempo para si mesmo, para as pequenas coisas e para a compreensão da vida, que só vem com o tempo se nos dedicarmos a ela, mesmo que aos poucos, um pouquinho a cada dia.

Saturday, January 05, 2013

Impossível não existe

Impossível é a palavra que usamos quando não acreditamos que algo pode acontecer. Certamente há alguns anos diríamos isso do Tsunami, da crise americana, da desaceleração da economia chinesa ou da eleição de um operário como presidente da república.

O mais interessante é que a própria palavra luta contra ela mesma, buscando a dissipação de sua existência. Impossível é algo que não é possível acontecer ou existir. No entanto, muito se insiste que algo seja impossível.

Se "impossível" não existe, porque insistimos em dizer que algo é impossível? Não seria um estado não realizável?

O Bom é inimigo do Ótimo



"O bom é inimigo do ótimo. 

 E essa é uma das principais razões porque temos tão poucas coisas que se tornam excelentes. Não temos ótimas escolar, principalmente porque temos boas escolas. Não temos um ótimo governo, principalmente porque temos um bom governo. Poucas pessoas viver ótimas vidas, em grande parte porque é muito fácil viver uma vida boa. A maioria das empresas nunca se torna ótima, precisamente porque se tornam boas empresas - e esse é o problema delas."

(Jim Collins, no livro Empresas Feitas para Vencer; o título original, Good to Great, ilustra melhor a questão acima)

Se uma escola falha em educar as crianças, se um líder militar comete erros e soldados morrem, se o serviço aos sem teto falha e alguém morre de frio na rua, onde está sua responsabilidade?

Confira o trecho do parágrafo anterior e outras lições essenciais na entrevista abaixo, em que Collins explica os resultados de sua extensa pesquisa:





*Vencedoras por Opção (Great by Choice, no original) é seu livro mais recente e expande a discussão com mais profundidade. Recomendado para qualquer pessoa que deseja se superar, seja no mundo dos negócios, esportes ou qualquer outra área.

Um tempo para você mesmo


Nada como um tempo fora do radar, fora de tudo, para se encontrar com quem você realmente é e se encaixar verdadeiramente com sua própria vida. A falta desse tipo de oportunidade, em meio a tantas coisas no cotidiano, tanta velocidade, acaba nos tornando aquilo que não queremos.

A tecnologia e a internet são verdadeiras bênçãos (ou "bença", como diz o amigo Marcos Hofstetter), mas percebo cada dia mais que não adianta termos tudo e não sabermos usar de forma eficiente os recursos. Temos todas as ferramentas a disposição, mas nos faltam conceitos, estratégias mesmo para usá-las de forma consciente (Clayton Christensen, 5 vezes vencedor do McKinsey Award por melhor artigo publicado na Harvard Business Review, valida o uso de estratégias para a realização pessoal em How Will Your Measure Your Life).

A ansiedade nos traz o apego ao cigarro, a TV com 500 canais (citando Fight Club), a dificuldade em dormir a noite, a busca por mais dinheiro, mais segurança, ataques de pânico, medo de tudo e de todos que leva ao individualismo e aos conflitos interpessoais. E acabamos por esquecer do valor de coisas tão preciosas como um momento com as pessoas que são importantes para nós, como pais ou avós, por estarmos constantemente preocupados em olhar para o relógio ou checar emails ou Facebook ou uma infinidade de outras coisas "urgentes", mas que valem bem menos.

Pessoas que passam por uma experiência de quase morte costumam relatar suas experiências como um despertar para a vida, para o que realmente importa.

Convido você a esvaziar sua mente e pensar no que realmente é importante para você. O que é essencial em sua vida, não apenas legal ou interessante Entendendo isso você se aproxima mais da sua própria verdade, da sua própria vida. Desligue a TV, busque aquilo que você quer e não aceite apenas o que vem a você de forma passiva. É muito fácil viver no piloto automático, mas, como se diz: there's no free lunch. Nada vem sem esforço. Muito menos a paz.

Sem entrarmos em paz com nós mesmos não é possível vivermos em paz em sociedade.

Segue um depoimento de um sobrevivente de um acidente de avião, explicando como sua vida percepção das coisas mudou após acreditar que iria morrer (seu avião chegou a cair, mas ele sobreviveu):


Friday, January 04, 2013

Vivendo o Momento Presente, mais Zen - e Produtivo

             

Por algum tempo me indaguei se o esforço em dar o meu melhor, em buscar maior produtividade, e a paz mental, aquela sensação de tranquilidade zen, não seriam forças opostas. Hoje percebo que não.

Quando nos aprofundamos em especialistas da produtividade, percebemos que não adianta buscar fazer tudo ao mesmo tempo, mas precisamos de foco. Precisamos focar em uma coisa, apenas uma, de cada vez, dedicando toda nossa atenção a cada tarefa que fazemos, para adquirirmos maior eficiência. Nosso cérebro, como dizem pesquisas recentes da área da neurociência, não é multitarefa - e isso acaba gerando frustração.

Na mesma linha - embora pareça, em um olhar distante, completamente diferente - temos a ideia de alcançar a felicidade por meio da paz interior, que por sua vez demanda uma atenção completa ao momento presente. Viver o momento presente, estar realmente presente onde você está e não com a cabeça no que vai fazer depois - prestar atenção em quem conversa com você ao invés de ficar apenas aguardando sua vez para falar, por exemplo.

Eckhart Tolle, em seu livro "O Poder do Silêncio", descreve a importância de compreendermos o momento presente, que também é de certa forma essencial para um estado mental zen, como o praticado na meditação:

"À primeira vista, o momento presente é apenas um entre os inúmeros momentos da sua vida. Cada dia parece se constituir de milhares de momentos em que ocorrem os mais diversos fatos. Mas, se você olhar mais profundamente, irá descobrir que existe apenas um momento. (...) Este exato momento - Agora - é a única coisa da qual você jamais conseguirá escapar, o único fator constante em sua vida."

O ser humano é um animal, em muitas situações, "irracional" (pegando emprestado de Dan Ariely, psicólogo da Universidade de Stanford, autor do livro "Previsivelmente Irracional") e, celebrando a máxima que diz que errar é humano, não somos muito bons ao estimar o impacto de situações futuras em nossa satisfação com a vida. Buscamos mais dinheiro, mais realizações, mais sucesso, mais status, mais, mais e mais, no entanto alcançar ou ter mais não resolve nossa busca incessante pela felicidade.

Talvez herança do sonho americano, no Brasil difundida tanto pela dominação cultural do nosso primo rico e sua Hollywood, hoje nas entranhas da nossa sociedade, com o agravante do nosso histórico de ex-colônia, e hoje emergente, mas do BRIC - batendo no peito, cheios de orgulho por finalmente estamparmos as capas dos jornais internacionais. Alguém se lembra da entrevista de Eike Batista para o Fantástico, em que o (ex) homem mais rico do país diz que tudo que faz tem como objetivo "ser mais respeitado"? É o famoso "você sabe com quem está falando?", da vontade de ser rico, de mandar, de dar ordens, de ter destaque.

Ponto para o filme O Negociador, com Richard Gere, ainda em cartaz nos cinemas, que mostra como executivos milionários também têm seus problemas e não adianta acumular realizações.

Para deixar bem claro, meu ponto aqui é que as coisas têm seu valor no durante, e não no futuro. O que importa é a caminhada e não a linha de chegada. E sob esse aspecto, realizar é muito bom sim, mas não porque você vai ser feliz no futuro, mas porque é ótimo fazer isso agora.

Em uma palestra excelente, disponível no TED, o psicólogo Daniel Gilbert mostra resultados de pesquisas que indicam que, mesmo para vencedores de loterias, a alteração no nível de felicidade não dura mais que alguns meses, quando retorna ao nível anterior.

Quando entendemos que alcançando o "mais" não resolve, não nos torna mais felizes por muito tempo e não preencherá o vazio que muitos sentimos, nossa percepção começa a ficar um tanto diferente. Passamos a valorizar mais a vida vivendo o momento presente. A vida acontece agora e não amanhã - e quando o amanhã chegar, você estará no Agora novamente. E ainda passamos a valorizar o presente com seu outro sentido etimológico, como um verdadeiro presente, um gift.

Tuesday, January 01, 2013

O Segredo do Sucesso - parte 3

Um grande amigo que trabalha como Life Coach, Rodrigo Santiago, transformou um email que enviei a ele em artigo convidado em seu blog. São 5 etapas essenciais para alcançarmos o sucesso em qualquer atividade, descobertas pela Psicologia Positiva.

O conteúdo,foi baseado em uma palestra do PhD Tal Ben-Shahar, da Universidade de Harvard - que você encontra também abaixo.




O título foi escolhido por ele, o que faz todo sentido, já que a ideia do post foi dele mesmo. Sinta-se a vontade para ler e comentar.

Wednesday, December 19, 2012

O Segredo do Sucesso - parte 2




O mundo ama os melhores, mas te impõe limites para você não alcançar seu potencial. Os motivos são simples, mas de raízes complexas:

1. "Não posso errar"
O medo do erro é algo forte, pois queremos ser bons, capazes, alcançar o sucesso e acreditamos, também pelo nosso sistema educacional, que só "se dá bem" quem "tira notas boas", quem acerta. Queremos ser aceitos socialmente, dar orgulho aos nossos pais, chamar a atenção do sexo oposto, acreditar que somos especiais e temos valor.

2. "Se eu não consegui, é porque não dá pra conseguir"
Isso é algo muito comum, inclusive entre empreendedores. É mais fácil acreditar que você não conseguiu realizar algo porque não era possível do que enxergar que você fez as coisas da maneira errada - tanto por não querer enxergar o ERRO, acima, quanto por não saber o que fez errado.

3. "Se eu não consigo, os outros não podem conseguir"
Nossa auto-estima pede para criarmos uma realidade que nos diz que, se não conseguimos não é porque não somos capazes, mas porque não é possível conseguir - e pregamos isso, porque inconscientemente não queremos ver que fomos incapazes e porque nossa mente está sendo formatada com essa percepção da realidade. O GRANDE problema é que nos espelhamos em nossos círculos sociais, que nos limitam psicologicamente, quando deveríamos nos espelhar em nossos ídolos - para conseguirmos algo, precisamos acreditar que é possível, e olhamos para outras pessoas quando não sabemos as respostas. É o princípio da Prova Social (Social Proof) - "We view a behavior as correct in a given situation to the degree that we see others performing it."

E nosso sistema educacional contribui para isso tudo. Quem é bom tira notas boas, faz um bom teste de QI e por aí vai. Não entre nessa. Ninguém pode te dizer o que você pode ou não alcançar. Só o seu esforço te dirá.

É 99% transpiração e 1% inspiração!

O Segredo do Sucesso

"Eles podem porque acreditam que podem."
(Virgílio)

Monday, November 19, 2012

Intolerância (ou Todos Somos Filhos de Deus)

Não aceito mais a intolerância. Soa como um paradoxo, algo dito por alguém que só enxerga seu próprio umbigo - mas me refiro ao contrário disto e é também sobre isto que trato aqui.

"Todos somos filhos de Deus... só não falamos as mesmas línguas...", diz a música de André Abujamra interpretada por Paulinho Moska, Lenine, Zeca Baleiro e Chico Cesar (e também gravada por Ney Matogrosso). Ela expressa um problema real, que enfrentamos a cada dia, em qualquer lugar, em qualquer país, em qualquer cultura (e entre culturas diversas): não tentamos entender o outro.

Pense nas discussões que teve ou presenciou na última semana. Pense na última briga que teve com seu namorado (a) ou marido (mulher). Pense nas brigas entre estranhos no meio da rua. Pense nas guerras entre países - que na verdade são brigas entre dois chefes políticos.

Aprendemos desde cedo a falar a língua dos nossos pais, do lugar onde crescemos, depois aprendemos a falar inglês, francês e mais tantas outras línguas, na busca por ampliarmos nossa capacidade de comunicação com outras pessoas. Mas nos esquecemos - ou, muitas vezes, nem nos damos conta - de que para podermos nos comunicar é preciso também aprender a ouvir. Não adianta ser poliglota se quando chega sua vez de ouvir você fica apenas esperando sua vez de falar.

"Quando as pessoas acham que você está morrendo, elas realmente ouvem o que você está dizendo, ao invés de apenas esperarem pela vez delas de falar". 
(do filme Clube da Luta) 

Aprendemos, desde cedo que precisamos pedir para receber. Quando bebês, percebemos que chorando recebemos alimento - e muitas vezes gritando no mercado conseguimos ganhar aquele biscoito cheio de açúcar e corantes, que nossos pais não querem comprar, mas o fazem pois gostam muito de nós e querem nos fazer felizes. Na escola, aquele que grita mais alto e com mais convicção convence o "juíz" a marcar falta  na quadra de futebol. Vivemos não a lei do mais forte, mas a "Lei do que Grita Mais". Você coloca seus pensamentos para fora e, se fizer isso bem feito, converte a realidade ao redor em seu favor.

Acontece que "o mundo está muito doente" - ainda citando a música. Vivemos em um mundo globalizado, com ferramentas de comunicação que nos permitem falar com cada vez mais pessoas a um custo cada vez menor. Temos celulares, smartphones, Skype, MSN, ICQ, Facebook, Twitter, fóruns, blogs... E o que fazemos com isso? Discutimos com amigos dos amigos no Facebook, criticamos exaustivamente pessoas públicas (que não merecem menos respeito que nenhum de nós), xingamos no Twitter, abandonamos o respeito e, junto com ele, o filtro que nos faz pensar sobre o impacto do que dizemos antes de transformarmos pensamentos (privados) em palavras (públicas).

Um diálogo é uma via com ida e volta. Você fala, transmite sua mensagem, que é percebida e analisada por outra pessoa, que por sua vez depois fala e você ouve. Isso é uma conversa. É algo que exige que saibamos ficar quietos, prestando atenção ao que o outro está dizendo para podermos depois dar continuidade com nossa próxima frase.

Agora pense em você. Pense em como você conversa com parentes, amigos, seu par e colegas de trabalho. Você se preocupa com as palavras - e o significado, muitas vezes não dito, mas ainda sim perceptível no rosto e nos gestos - do que eles dizem? Ou será que não está apenas aguardando o outro concordar com o que você está dizendo para poder continuar?

Se você está lendo este texto, já não é mais uma criança há algum tempo - e não deveria mais se comportar como tal. Está na hora de ouvirmos mais, de entendermos mais, de aprendermos mais. Afinal, nenhum ser humano é uma ilha - alguém aqui viu o filme Náufrago, com Tom Hanks?

"Só sei que nada sei."

Sabe quando pedimos opinião a um amigo? Perceba que cada pessoa, com seu ponto de vista e com suas interpretações, percebe uma coisa diferente sobre uma mesma realidade. Desta forma, não é possível que duas ou mais pessoas tenham exatamente a mesma opinião sobre tudo. Quando muito, são pensamentos complementares que achamos válidos e, a partir daí, incorporamos a nosso ponto de vista inicial. 

Ninguém "está com a razão", principalmente em discussões acaloradas, em que deixamos a emoção  (pensamento rápido) falar mais alto que o pensamento analítico (pensamento devagar) - citando o psicólogo Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia e autor do best seller "Rápido e Devagar".


Vídeo de "O Mundo", de André Abujamra (com, Lenine, Moska, Zeca Baleiro e Chico Cesar):



Dicas de leitura:



Friday, October 19, 2012

O tal do conflito de expectativas

Muito do estresse em nossas vidas vem da nossa inabilidade em gerenciarmos expectativas. Sejam elas expectativas com relação ao que esperamos que os outros façam em determinadas situações ou o que esperamos conseguir como retorno de algum esforço.

Seth Godin acabou de postar em seu blog um texto interessante sobre este assunto - recomendo a leitura e convido vocês a comentarem abaixo, deixando suas percepções.

Parece simples e inofensivo, mas este detalhe (o que esperamos de algo ou de alguém) tem o poder de determinar o quanto nos sentiremos bem (ou mal) nas mais diversas situações.

Happens all the time e nas melhores famílias...


Friday, December 02, 2011

O mundo pelo olhar de Steve Jobs

Se você dedicar um pouquinho do seu tempo pesquisando sobre a vida de Steve Jobs - suas crenças, o que ele dizia em entrevistas e palestras -, logo vai perceber que ele, muito além de um homem de negócios, foi um visionário. Um homem que enxergava o mundo além do óbvio.

E tudo o que ele construiu só foi possível porque, desde cedo, ele já se questionava sobre como as coisas são, o porque de serem como são e como poderiam ser: de que forma nossa visão de certo, de padrão, de ideal são formatadas por hábitos e tradições, não devendo servir de regra absoluta para a maneira como nós conduzimos nossas vidas.



Transcrição do vídeo:

When you grow up you tend to get told the world is the way it is and you're life is just to live your life inside the world. Try not to bash into the walls too much. Try to have a nice family, have fun, save a little money.

That's a very limited life. Life can be much broader once you discover one simple fact: Everything around you that you call life was made up by people that were no smarter than you and you can change it, you can influence it, you can build your own things that other people can use.

Once you learn that, you'll never be the same again.

Wednesday, September 21, 2011

Não confie em quem lê 80 blogs por dia

Ontem um cara, muito empolgado, me disse que se atualizava muito, lia tudo sobre seu setor e que... lia 80 (OITENTA) blogs todo dia.

Bom, se o cara escolheu bem, e os blogs servem para atualizá-lo, eles precisam ter alguns posts diários. Fazendo uma média (veja bem, são OITENTA), eu diria que 4 posts cada blog. Até porque pode ter um cara mais de artigo e outros mais coletivos, com diversos colaboradores...

Sendo assim, temos 80 x 4 = 320 posts que o cara lê por dia. Quantos minutos será que ele gasta por post? Resultado: 5,3 horas.

Mas, se o cara lê 80 posts por dia, não é possível que ele não use o Twitter, pois ele trabalha com web e seu trabalho está muito ligado a INOVAÇÃO. Beleza. Quanto tempo um cara muito animado com tecnologias disruptivas dedicaria ao Twitter + Facebook (tomei a liberdade de adicionar o Face pq, afinal, o cara é ANTENADO, né)?

Vou ser legal, hein... uns 42 minutos para o Facebook (pois a agenda dele é agitada, tem muitos amigos) e mais, pelo menos, 40 minutos pro Twitter - afinal, ele precisa dar alguns RT na galera de vez em quando pra ser MANEIRO, não é?

RESULTADO: 80 posts por dia x 4 minutos cada + 42 minutos no Facebook (0,7 hora) + 40 minutos no Twitter = 6h40 horas. Adicione aí mais 1 hora para atender telefonemas, conversar com os clientes, checar e organizar a agenda e... ler todos os emails.

TOTAL = 7h40. Quem sabe ainda dá tempo pra ele beber uma água, ir ao banheiro e fumar um cigarro?

Wednesday, September 08, 2010

O outro

As pessoas são sinceras quando amam porque sentem uma coisa que foi formada de forma sistemática por fatores que elas desconhecem e que determinam que o amor será sentido independentemente de suas vontades mesmo que este amor mostre suas fragilidades e seus maiores defeitos que também são julgamentos sobre certo e errado e sobre o que elas querem para elas mesmo sem se darem conta disso. E, mesmo assim, dizem que amam de forma pura - e acreditam nisso.

Cruel?

Enjoy the silence

Menos. Preciso disso. Todos precisamos.

Tuesday, July 20, 2010

O dia do amigo

Um copo e depois outro, e mais outro. Sem ninguém ao lado, nenhuma pessoa conhecida para trocar alguma mensagem de afeto. E por que deveria? Não poderia ser diferente, uma vez que fora passado para trás por seu melhor amigo. Um amigo daqueles que você tem certeza que não vai te deixar na mão. Mas ele deixou. Deixou por ser intolerante, por não querer entender. Por não tentar enxergar o lado deste, que é um homem tão sensato que não pensou duas vezes antes de desperdiçar uma companhia tão prestigiosa.

"CALE A BOCA!", grita, chamando a atenção de todos. Grita contra a própria consciência, que lhe atormenta e não deixa que se esqueça daquilo que não tem certeza. Não tem certeza do que fez, assim como do que poderia ter feito mas foi orgulhoso. E já não tem mais certeza de quase nada. Neste boteco sujo, com estas pessoas estranhas que agora lhe olham como se fosse apenas um bêbado perdido na noite. "Bando de idiotas".

Larga o dinheiro no balcão e sai cambaleando, observado pelos que fazem piada de seus trejeitos - iguais aos de qualquer homem após algumas doses de cachaça. Andando sem rumo e procurando um motivo para voltar para algum lugar, segue em frente, em direção a praça. Como se lá fosse encontrar algum conforto, no lugar que costumava frequentar quando tudo ainda era muito diferente do que resta hoje. Com a única certeza de que no dia seguinte terá que se ver com uma dor de cabeça igual a do dia anterior.

Saturday, July 10, 2010

Discurso de Tyler Durden, no filme Clube da Luta (Fight Club)

"I see the strongest and the smartest men who ever lived. I see all this potential.. I see it squandering. God dammed! An entire generation pumping gas.. waiting tables. Slaves with white collars. Advertising has its taste in car and clothes.. working in jobs we hate so we can buy shit we don´t need. We´re the middle children of history, man. No purpose and place. We have no Great War.. no Great Depression. Our Great War is a spiritual war. Our Great Depression is our lives. Born and raised on television to believe that one day we´ll all be millionaires, movie gods and rock stars.. but we won´t. We are slowly learning that fact. And we´re very, very pissed off."

Thursday, July 08, 2010

Sem saco

Personagem #1, Stress, bate na porta: "Olá."

Personagem #2, cidadão comum, trabalhador, cansado, exaurido e sem cabeça para nada: "..."

Bate a porta com força.

Wednesday, July 07, 2010

Decisão

Duas portas. Uma delas é a que eu quero, a outra é um caminho para uma realidade que não é a desejada, mas, no fundo ninguém sabe onde vai dar - a vida prega tantas peças que você muitas vezes desiste de determinar se uma coisa ruim continua sendo ruim mesmo, no fim das contas. Então, voltemos às portas.

A porta certa eu sei qual é, mas ao mesmo tempo não sei qual escolher. Não se trata de não querer, mas a porta ideal é de uma maneira que eu conheço em minha mente, em minha pré-concepção, mas quando olho para as duas, elas parecem iguais - o que as diferencia é apenas a essência. E, novamente, o que eu imagino como sendo ideal pode não ser tão melhor, ou até talvez, quem sabe, não ser melhor de nenhuma maneira, mas ainda assim ser bom - espero eu.

Para trás não vou. Atrás está um caminho sujo, molhado, cheio de lodo. Já disse que, nesta cena, o ambiente está todo escuro, com os holofotes focados em um espaço pequeno, do tamanho de um quarto simples de um hotel barato de uma cidade perdida de um filme que ninguém conhece? Pois bem, imagine este espaço, mas aberto e comigo encarando duas portas, uma ao lado da outra, e com um caminho atrás, sem fim, escuro e cheio de lodo. Mencionei meus trajes? Estou usando aquele paletó de viajante pobre, meio marrom, meio tom de areia. Não sou tão bom assim com cores, não exija muito de mim neste aspecto.

E cai um pingo. Um pingo seguido de outro, em minha cabeça. Volto minha visão ara cima e percebo que, neste mesmo cenário, temos também um cano velho e enferrujado, que deixa vazar um pouco da água - refrescante, mas ao mesmo tempo gelada demais, assustadoramente gelada - que vem do outro lado. O lado de trás das portas, soando como um incentivo, um lembrete de que eu devo fazer alguma coisa, tomar alguma decisão, ir ou ficar, decidir, então. E eu me ponho a pensar. Qual porta devo escolher? A da direita ou a da esquerda?